Prólogo
- Rebeca Crysthine
- 16 de jun. de 2016
- 3 min de leitura

As apresentações de um livro, são ótimas maneiras de preparar os seus leitores para a história que virá, e o prólogo, é um desses modos de apresentar sua obra à pessoa que irá ler. Trata-se de um breve resumo do seu enredo, menor que o capítulo e maior que a sinopse, que visa criar curiosidade ao explicar o conflito do livro.
Acompanhe esse artigo e entenda a maneira correta de escrever um prólogo, sem cometer erros e acabar com a ansiedade dos seus leitores.
Como escrever um prólogo?
Para começar, escolha as personagens que irão ser apresentadas no prólogo, lembrando que no primeiro capítulo TODAS as personagens do livro devem ser sutilmente apresentadas. Isso é uma regra usada por escritores para não confundir os leitores ao citar um determinado nome no livro.
É aceitável, que os protagonistas sejam apresentados o prólogo, porém não é muito recomendado. Eles costumam entregar muito da história e acabam deixando sem graça para ler, tirando aquela agonia de começar logo a leitura.
Lembre-se: Prólogo NÃO é o mesmo que resenha ou sinopse.
Como esse assunto é considerado complicado de entender por muitas pessoas, escrevi um tipo de prólogo para vocês tentarem compreender.
“ Dez anos antes...
Eu ainda não acreditava no que havia lido. Li e reli a mensagem diversas vezes para ter certeza de que realmente ele tinha me dito aquilo. Como sempre, suas palavras estavam me machucando, me ferindo internamente. Ele não confiou em mim, nem me ajudou quando mais precisei de sua ajuda. Simplesmente me deu as costas, deixando para trás tudo o que vivemos, tudo o que disse e senti.
Já não consigo segurar as lágrimas que pedem passagem e as deixo rolar por meu rosto. Estou deitada em minha cama, pensando em tudo o que vivi nesses oitos anos que o amei incondicionalmente. Meu celular ainda permanece com a mensagem na tela mas não consigo olhar sem que chore descontroladamente.
Minha mente está clareando aos poucos e somente agora eu percebo o quanto fui tola e cega. Mas isso terá um ponto final, a partir de agora. Preciso de um banho quente e longo o suficiente para levar com a água todas as minhas dores, minhas mágoas, minhas lembranças dos piores momentos que vivi com esse amor louco, velado e nunca correspondido. " Trecho do livro Pretérito Imperfeito, Rebeca Crysthine.
Vocês devem estar se perguntando: Mas porque o prólogo está escrito como parte do livro?
Bem, ele pode ser feito assim. Desde que não tenha muitos diálogos nem denuncie nenhum fato crucial da história. Procurem citar um fato importante de forma sutil, sempre visando aguçar a curiosidade do leitor, mas obviamente de maneira correta.
Outro exemplo de Prólogo
“ Eu sempre acreditei, que uma união selada por Deus, duraria para sempre. Nunca fui dessas pessoas religiosas que vivem na igreja, mas acreditava na lei divina que abençoava um casal. Acho que me equivoquei, e agora percebo que nenhum casamento é um mar de rosas, e que nada dura eternamente.
Meu marido não está mais aqui, em nenhum cômodo, não o vejo mais brincando com as crianças no tapete da sala, nem tentando inutilmente ser um bom cozinheiro na hora do jantar. Não vejo mais suas gravatas jogadas pelo quarto, ou a toalha de banho molhada em cima da cama, que eu tanto implicava para que ele não deixasse.
As vezes paro e imagino que tudo não passa de um sonho, e que quando acordar ele estará ao meu lado na cama, dormindo serenamente com os cabelos negros e revoltos mais lindos que já vi. Mas aí olho para nossos filhos... Nickolas, a cópia mirim do pai até mesmo no gênio forte, e Marry Katty, minha cópia melhorada, que foram os frutos mais preciosos de nossa união.
E a realidade mais uma vez bate em minha porta. A traição de meu marido abriu um abismo dentro de mim, um buraco em meu coração que não cicatriza nunca. Uma dor aguda de uma mulher traída e magoada que nunca passa, nem ao menos ameniza.
Pode parecer estranho ao ler o que direi a seguir, mas eu preferia sentir o peso de sua mão em meu rosto, do que presenciar a cena escrota e asquerosa que vi no último mês de novembro. E enquanto tudo isso varre minha mente, eu o encaro pela primeira vez, após um ano sem nos encontrarmos pessoalmente. ” Trecho do livro Certas Escolhas, Rebeca Crysthine.
Outro detalhe que vale lembrar, é que um prólogo não precisa ter dez páginas, okay? Ele pode ter apenas uma folha ou até uma linha. Deixe sua criatividade fluir. Dica de autora: Não faça o prólogo do seu livro antes de escrever o primeiro capítulo. É a partir dele, que você realmente terá boas ideias para apresentar sua obra ao leitor.
Espero que tenham gostado, até o próximo post. Se inscrevam no blog para não perder nenhuma novidade. Faça uma sugestão de tema ou subscreva e faça do Estação Literária, o melhor blog de literatura da internet! ;)
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